O geocentrismo não deve ser confundido com a teoria da Terra plana: é um mito a noção de que na Idade Média os estudiosos achavam que a terra era chata.
Origem filosófica do geocentrismo
Os filósofos gregos haviam percebido que, embora o mundo fosse formado por objetos dos mais distintos, havia algo de comum na matéria que os compunha. Dessa forma, por exemplo, uma árvore e uma tábua, se fossem divididas diversas vezes até se obter uma parte diminuta, resultaria em uma mesma matéria. O mesmo ocorria, por exemplo entre espada e corrente. Desta forma, começa a surgir a teoria atômica, que afirmava que tudo o que havia na natureza, se dividido na menor parte possível, chegaria a uma matéria primordial da qual tudo o que existia era feito. Tal matéria recebia o nome de "indivisível" ou átomo (do grego a = não, tomo = divisão).
Começou então uma espécie de corrida filosófica para descobrir que material era esse tal átomo. A discussão chegou a propôr algumas soluções. Por exemplo a água, pois da água se faz ar (vapor de água) se faz blocos sólidos (gelo), etc. Mas da água seria impossível criar, por exemplo fogo. Outra corrente propunha que o átomo ou elementos primordial fosse o ar, pois ele poderia ser condensado formando água (não diferiam vapor de água de ar) e poderia ser "transformado" em fogo (uma vez que se tirassem o ar do fogo ele apagaria, desconheciam, obviamente o princípio comburente do oxigênio, que seria descoberto mais de mil anos depois).
O fato é que um filósofo grego de nome Empedocles de Agrinito propôs uma solução diferente, onde havia quatro elementos primordiais, e não somente um. Esses quatro elementos seriam: Terra, Água, Fogo e Ar. Eles nunca se misturavam com o seu oposto (terra - ar) (fogo - água) mas poderiam misturar-se entre si, como água e terra formava argila, que formaria tijolos, etc. Ou água e ar formavam "nuvem" que formava os raios, etc.
Esse sistema acaba sendo ampliado por outros filósofos como Euclides, que propõe que os 4 elementos tenderiam, pela natureza a se agrupar em esferas. Desta forma a esfera mais pesada ficaria no centro, uma esfera de terra. Após essa uma esfera de água a envolvendo, uma esfera de ar envolvendo essa e por fim uma esfera de fogo envolvendo as demais.
A esfera de terra no centro é o nosso planeta (de onde sabiam que a terra era redonda), a esfera de água os oceanos e mares, a esfera de ar a nossa atmosfera, e por fim a esfera de fogo teria se transformado em um grande bloco de fogo de um lado, o sol, e um bloco pequeno com vários pontos de fogo do outro: A lua e as estrelas. Esse círculo de fogo (estrelas e sol) girariam em torno dos outros círculos, a Terra.
Havia apenas sete pequenos problemas nesse sistema, e eles é que permitiram que o sistema geocêntrico fosse descreditado. Sete estrelas não giravam na mesma velocidade das demais, e por isso foram chamadas de "andarilhos" ou planetas. O estudo mais aprofundado desses planetas demonstrou que na verdade o geocentrismo havia sido um engano perpetuado por mais de 2000 anos.
Os sete planetas (astros errantes), na ordem de distância à terra, eram: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Eles tinham, na tradição grega, nomes associados aos principais deuses. O primeiro nome, em português, deriva do nome romano em latim, o segundo é o nome em grego:
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Geocentrismo